terça-feira, 8 de março de 2011

Viva à Mulher.

Como já é tradição , nesse Dia Internacional da Mulher homenageio todas as mulheres lembrando de uma grande guerreira.

Desta vez, trago a história de Maria Felipa. O texto eu escrevi originalmente para a coluna Capoeira Mulheres, no Portal Capoeira. Aliás, quem não conhece a coluna, está convidado a conhecer. Mas vamos ao que interessa:
Quem foi Maria Felipa?
Maria Felipa de Oliveira viveu na Bahia no século XIX e teve um importante papel na Guerra da Independência, que ocorreu entre 1822 e 1824, para reafirmar a independência proclamada em 7 de setembro de 1822, até que esta fosse reconhecida por Portugal.

Na Bahia, assim como nas províncias de Cisplatina (onde atualmente é o Uruguai), Piauí, Maranhão e Grão-Pará, devido à concentração estratégica de tropas do Exército Português, as lutas foram mais acirradas.

Quando a tropa portuguesa comandada pelo General Madeira de Melo tentou invadir a Ilha de Itaparica para controlar a guerra a partir da Bahia de Todos os Santos, Maria Felipa liderava as vedetas (vigias) da praia, um grupo de 40 mulheres que entrou no acampamento do exército português, atacou os guardas com galhos de cansansão, uma planta que provoca sensação de queimadura ao toque, e puseram fogo em 42 embarcações, promovendo baixas no exército.

Além de guerreira, Maria Felipa também atuou na guerra como enfermeira, socorrendo feridos, além de trazer para a resistência em Itaparica informações da guerra obtidas nas rodas de capoeira do Cais Dourado, para onde ia remando sua canoa.

Há quem acredite que Maria Felipa seja a identidade verdadeira de Maria Doze Homens, que ganhou este apelido após deixar doze homens no chão, porém não existe confirmação a respeito e há ainda outras versões, em uma das quais Maria Doze Homens teria sido companheira de Besouro Mangangá.

O atestado de óbito datado de 04 de janeiro de 1873, confirma que Maria Felipa sobreviveu à guerra e continuou levando sua vida na ilha por muitos anos, porém de seu nascimento nada se sabe.

A heroína foi retratada na obra de Ubaldo Osório, A ilha de Itaparica, e no romance Sargento Pedro, do escritor baiano Xavier Marques, onde são são contados vários feitos atribuídos à capoeirista.

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